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Efeitos da Ayahuasca são bastante seguros sob o ponto de vista neurológico', afirma pesquisador





Neurocientista Dráulio Araújo, do Instituto do Cérebro da UFRN, conduziu o maior estudo sobre os efeitos terapêuticos do chá indígena em pacientes com depressão refratária. 67% dos participantes apresentaram melhoras significativas.


Por Nathalia Tavolieri, Profissão Repórter

30/08/2022 10h04


Apesar de a Ayahuasca ser usada há séculos por povos indígenas da América Latina para tratamentos terapêuticos, ainda há poucas pesquisas científicas sobre o assunto. O maior estudo realizado no Brasil sobre os impactos do chá indígena no tratamento contra depressão refratária foi publicado em 2018.

Coordenada pelo neurocientista Dráulio Araújo, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe-UFRN), a pesquisa revelou que 67% dos participantes apresentaram melhoras significativas após o uso do chá indígena.


“Os efeitos da Ayahuasca são bastante seguros sob o ponto de vista neurológico”, afirma Dráulio Araújo.



Durante o experimento, os pesquisadores observaram aumento da atividade de regiões do cérebro que estão associadas a imagens mentais (como quando estamos sonhando, por exemplo), a processos de introspecção (habilidade de prestar atenção nos próprios pensamentos e emoções) e quebra de ciclos repetitivos de pensamentos negativos.

De acordo com o pesquisador, os efeitos da Ayahuasca duram cerca de quatro horas e o chá indígena não causa dependência.


“Assim como qualquer substância, a Ayahuasca não é para todo mundo", pondera.

Araújo afirma que pessoas com propensão a surtos psicóticos, como esquizofrênicos, não devem consumir o chá indígena.


"A ciência tem demonstrado cada vez mais que (a Ayahuasca) oferece riscos pequenos à comunidade e que tem um benefício significativo do ponto de vista terapêutico. Mas nem todo mundo responde à Ayahuasca", completa.

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